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Resenha: O curso do amor

Sinopse

Rabih levará muitos anos e vai precisar de várias experiências para chegar a algumas conclusões diferentes, para reconhecer que exatamente aquilo que um dia ele considerou romântico – instituições silenciosas, anseios instantâneos, a crença em almas gêmeas – é o que o impede de aprender a fazer seus relacionamentos darem certo. Vai entender que o amor só dura quando não somos fiéis às suas sedutoras ambições iniciais e que, para ter um relacionamento duradouro, precisará abrir mão dos sentimentos que desde o início o levaram a amar. Precisará aprender que o amor é mais habilidade que entusiasmo.

o curso do amor

Olá queridos leitores, bom dia!

Hoje venho com uma resenha sobre um tipo de livro que nunca havia lido. Um romance, sobre a vida de um casal, mas com considerações de um filósofo ao longo da leitura. Cheguei a esse livro porque meu relacionamento estava se deteriorando, acreditei que seria bacana ler e tentar aplicar na minha relação. No final das contas o livro acabou e o meu relacionamento também.

Mas isso não quer dizer que o livro seja ruim, pelo contrário. O ruim foi que eu enxerguei as diversas falhas tarde demais.

Vamos à resenha?

No capítulo inicial chamado Paixões, a história começa com um dos personagens principais, Rabih, com 15 anos de idade em um hotel passando suas férias com a família. No qual faz 3 anos que sua mãe biológica morreu e seu pai está casado com outra na qual há uma tensão entre eles.

Nessa parte Alain faz um comentário, que o casamento não começa no pedido, muito menos no primeiro encontro, mas que o casamento começa muito antes, ele começa com o nascimento sobre a ideia do que é o amor e sendo mais específico, quando sonhamos com a nossa alma gêmea.

Nesse capítulo ainda, ele se apaixona por uma menina que avistou no hotel, no qual não teve contato, mas mesmo assim já imaginou uma vida junto a ela. Contudo sem aviso a menina vai embora e ali acaba sua primeira paixão de verão.

No segundo capítulo, intitulado o início sagrado, Rabih está com 31 anos de idade, já está há alguns anos solteiro, desde que terminou seu relacionamento com uma designer gráfica. Ele se inscreveu em sites de relacionamentos, assim como se inscreveu na academia. Participou de uma série de eventos ligados vagamente ao trabalho, mas que não deram certo, quando a tentativa era de conhecer uma pessoa. Algumas vezes ele sentia atração intelectual pela pessoa, mas não física e outras o contrário. Contudo Rabih não desiste, pois ele é um romântico.

Rabih é arquiteto e em uma supervisão de trabalho no qual ele foi designado a fazer é que ele conhece Kirsten. Uma mulher no qual o atrai em diversas formas, fisicamente e intelectualmente e em uma rápida examinada ele consegue perceber seus dentes da frente desiguais, a indiferença com relação a moda, e como ela lida com o trabalho no qual é responsável.

Mais para frente nesse capítulo os dois deveriam ir a um café para conversar sobre coisas do trabalho, mas na rua na qual acreditavam ter um não há, portanto acabam indo para um restaurante na mesma rua e assim vai discorrendo uma conversa sobre o trabalho, e a mesmo tempo uma particular análise por parte de Rabih sobre a aparência física de Kirsten e assim como o modo de agir dela.

Rabih acaba alterando sua personalidade para poder agradar a pessoa que nesse momento ele realmente está interessado. Como quando ele quer segurar o guarda-chuva para ela ele se mostra solícito e atencioso, mas sem querer ofendê-la de alguma maneira.

Minhas considerações sobre o livro, eu sei que lendo essa pequena resenha você possa vir a pensar:” nossa o que tem demais esse livro, é só mais uma história de romance entre um casal”. Mas não é. O bacana desse livro é que durante a história o autor Alain vai fazendo as suas considerações e posso dizer que são excelentes considerações, visto que ele é um filósofo.

Ele não aborda só o encontro dos dois, mas querências diferentes um do outro, assim como abordo uma questão bastante tabu em nossa sociedade, que é a traição. No qual hoje, após ler esse livro e ver outras situações acredito que nós deveríamos conversamos mais sobre o assunto da traição.

Porque na realidade todos em algum momento fomos traídos, mas nunca gostamos de verdadeiramente conversar sobre esse assunto que não seja no máximo com o nosso parceiro em questão ou com o terapeuta. Mas se todos nós passamos por esse tipo de situação, porque não abrir o jogo e conversar com a pessoa que está ao seu “lado” um amigo ou outras pessoas que passaram pela mesma situação para tentar melhorar pontos que enquanto você está em uma relação podem ser melhorados para que esse tipo de situação possa ser evitada?

Não quero dizer com isso que a traição nunca acontecerá, mas acredito que é sempre bom ter uma pessoa que possamos conversar e até mesmo nos dar toques que não estamos enxergando.

Ele aborda a questão da monotonia dos relacionamentos, que efetivamente o dia a dia vai acabando com o romantismo e que o amor é de fato algo que devemos praticar e acima de tudo aprender. Pois muitas vezes podemos estar em uma relação que aos olhos dos demais está tudo bem, mas que internamente os dois se sintam sozinhos e nem saibam, pois nunca conversam abertamente sobre os reais problemas que estão sentindo.

Outra questão bacana, que parece óbvia, mas que nunca paramos para pensar pois vivemos no automático, é que podemos e mais que isso, devemos dizer ao nosso parceiro ou parceira aquilo que realmente está nos afligindo, mas a maneira como falamos é que é a grande questão para as conversas, apontar falhas e defeitos não aproxima ninguém, pelo contrário. Contudo quando você explica ao seu parceiro ou parceira que determinada situação te fez se sentir inferior, desprezado, sozinho, oprimido e assim vai, você está falando de você e não do outro. Fazendo com que assim as coisas possam até ficar claras para ambas as partes.

Outra questão importante é conversar sobre determinados pontos quando ainda as coisas estiverem bem. Escutar verdadeiramente seu parceiro, por exemplo quando ele ou ela fala para você que está se sentindo sozinho na relação. Isso é um sinal de amarelo para vermelho e que pode e deve ser conversado sem a necessidade de brigas, o parceiro ou parceira que escuta isso deveria ter o interesse de entender o porquê seu parceiro ou parceiro está se sentindo dessa forma, para que assim possam rever pontos da relação, sem antes ser necessário chegar a brigas e discussões ou até mesmo a um término.

Aprendi tudo isso depois que terminei, mas para alguém que está passando por uma fase de afastamento, que o relacionamento está mais para lá do que para cá talvez ajude. O que eu sei hoje em dia é que é preciso que ambas as partes queiram mudar e estejam realmente dispostas a fazer dar certo, que o que ontem foi visto como mágoa e momentos ruins, possam num futuro com o mesmo companheiro ou companheira ou com outra pessoa servir de verdade como uma mola propulsora para um aprendizado do que não fazer novamente. Mas só saber não ajuda, é preciso querer efetivamente mudar diante de situações similares.

Dois componentes importantes para a reconciliação consigo mesmo é o perdão, entender que assim como um lado errou o outro também, mesmo querendo acertar. Quando não há mais esse sentimento nada além das lágrimas poderão ajudar.

E vocês, já leram alguma obra desse autor ou algum livro com essa temática?

Não deixem de me contar!

Uma excelente semana e beijos carinhosos.

Natália Carrieri

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